Uso responsável da IA e o cenário no Brasil

Com o uso da Inteligência Artificial (IA) há um acelerado avanço no desenvolvimento de soluções digitais o que, automaticamente, exige a criação e manutenção de regulações para esta prática. Assim como em outros momentos de inovações científicas, o processo legal que media as inovações é mais lento que as novidades em si e esta é uma equação que vai sendo resolvida ao longo do percurso.

Em documento divulgado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) no final de 2023, estão descritas algumas recomendações para o avanço da inteligência artificial no País. Segundo o relatório, esta década é crucial para o desenvolvimento da IA no Brasil, sob o risco de sermos apenas mais um usuário de sistemas maiores, como dos Estados Unidos e Ásia que, atualmente, detém as maiores inovações. Ainda segundo a ABC, a dependência de outros países e corporações gigantescas, como a Google, pode comprometer a segurança e soberania nacional. 

Mas afinal, isso quer dizer que o Brasil apenas acompanhará o movimento global? A resposta é não! Para reverter este cenário, é necessário formar profissionais qualificados e um corpo de pesquisadores capaz de promover avanços tecnológicos e propor soluções inovadoras. Um exemplo prático sobre o uso da IA no Brasil, é a decisão de um colégio da  zona sul de São Paulo – Colégio Porto Seguro, de incorporar o tema no currículo de Letramento Digital e preparar os alunos para utilizarem a ferramenta em seus projetos, pesquisas e atividades complementares.  

Outro exemplo é a Veloe, uma empresa que oferece soluções para gestão de frota e mobilidade e usa a IA para otimizar o processo de resposta a casos de contestação de passagens em praças de pedágio, por exemplo, quando um usuário questiona a cobrança ou alega discrepâncias em valores cobrados. Tais atividades estão sendo conduzidas por uma tecnologia que analisa as imagens das vias, do veículo e faz cruzamentos. 

Mais um bom exemplo, é a empresa criada pela empresária nordestina Cammila Yochabell, a HRTech. A empresa tem como missão tornar processos seletivos mais diversos, justos e eficientes e também, por tecnologia de vídeo, consegue reduzir inconsistências particulares na contratação de talentos.

Responsabilidade social e IA

Durante o evento global do Google em 2023, o CEO Sundar Pichai afirmou que o crescimento da IA é uma das maiores mudanças tecnológicas já vistas. Segundo ele, essa nova era nos permite reinventar maneiras de melhorar significativamente a vida das pessoas. Na mesma via, todos nós devemos estar cientes de que a IA traz desafios. 

Para evitar riscos e desbloquear as oportunidades, formuladores de políticas públicas devem investir em inovação e competitividade e promover estruturas legais que respaldem o avanço da inovação. Governos, por sua vez, devem explorar pesquisa de IA em laboratórios nacionais e promover a educação continuada com programas de aprimoramento de habilidades e formação de talentos. 

A Governança de todos os envolvidos é a palavra de ordem para nortear inovações com IA sem danos ao País. Tal qual um pleito de interesse público, todos os cidadãos devem ser informados e incentivados a entender, compreender e interagir com a inteligência artificial e, aqui, voltamos à origem deste conteúdo: legislação e inovação devem caminhar juntos.

Que tal embarcarmos todos nesta discussão?

Fontes de pesquisa: Jornal USP, Academia Brasileira de Ciências e Portal Exame

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