Com a pandemia da COVID 19 e a necessidade de manutenção da rentabilidade corporativa, a única solução para grande parte das empresas brasileiras foi adotar o modelo home office. Quase quatro anos depois, a efetividade é determinante na decisão de gestores e equipes de voltar ao formato presencial – seja para reuniões, encontros pontuais, treinamentos ou mesmo em definitivo.
Dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas apontam para quase 500 mil bilhetes aéreos comprados para deslocamentos profissionais – 23% maior na comparação com julho de 2019, período pré-pandemia. Este ano, também são volumosos os depoimentos de organizadores de grandes feiras e eventos sobre recorde de público. Outra perspectiva interessante neste retorno são treinamentos, pequenos e médios meetings e eventos periódicos saindo do virtual e se alojando no formato presencial.
Mais dados, agora da Associação Brasileira de Promotores de Eventos, indicam que de janeiro a junho de 2023, o crescimento de eventos chegou a 42,3% comparado a 2019. A estimativa da ABPE é de que este movimento tenha gerado 12.300 empregos no Brasil.
No ambiente corporativo, de trabalho diário, um dos principais argumentos de empresas que defendem o retorno ao modelo presencial é a busca pelo crescimento da produtividade da equipe – inicialmente com treinamentos e reuniões presenciais, mas com forte tendência ao retorno full-time. Um estudo da Universidade de Stanford, divulgado em julho deste ano, concluiu que o home office pode reduzir a produtividade do trabalho entre 10% e 20%, se comparado ao colaborador que atua 100% do tempo em formato presencial.
Em entrevistas sobre o tema, especialistas e headhunters afirmam que, em cenários posteriores a desafios como foi a pandemia, é natural que o mercado tenda a trazer seus funcionários para dentro do escritório como uma medida que vai restabelecer o equilibro de forma mais rápida.
Recentemente, o Linkedin Economic Graph também analisou o cenário e mostrou que, no início de 2022, 40% das vagas anunciadas na plataforma apresentavam a possibilidade de trabalhar remotamente e, atualmente, nota-se uma redução de 25% destas oportunidades no Brasil. No mundo, a mesma tendência também é percebida, Google e Amazon foram duas empresas que, nos últimos meses, optaram por retornar ao modelo presencial.